A declaração do presidente russo Vladimir Putin, feita em Vladivostok, reacendeu o alerta global sobre os riscos de escalada militar na Ucrânia. Ao afirmar que tropas estrangeiras enviadas ao território ucraniano seriam consideradas alvos legítimos pelas Forças Armadas da Rússia, Putin respondeu diretamente ao anúncio do presidente francês Emmanuel Macron. Conforme divulgado, 26 países se comprometeram a enviar soldados como parte das garantias de segurança à Ucrânia no pós-guerra. A fala de Putin não apenas reafirma a posição histórica do Kremlin contra a presença da OTAN em Kiev, como também sinaliza que qualquer força internacional poderá ser atacada, mesmo após um eventual cessar-fogo.
Ademais, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky confirmou que milhares de soldados estrangeiros devem compor essa força multinacional, o que ele considera essencial para consolidar uma paz duradoura. Contudo, a Rússia insiste que a presença de tropas ocidentais é uma provocação direta e uma das razões centrais para a invasão em 2022. A tensão entre os blocos militares se intensifica, e o cenário pós-guerra parece cada vez mais complexo e imprevisível.
A coalizão dos 26 países e o plano de segurança para a Ucrânia
O encontro realizado em Paris, batizado de Coalizão dos Dispostos, reuniu líderes de mais de 30 países, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O objetivo foi discutir medidas concretas para garantir a segurança da Ucrânia após o fim das hostilidades. Macron anunciou que 26 nações se comprometeram a enviar tropas terrestres, marítimas e aéreas, além de fornecer suporte logístico e estratégico.
Entre os países envolvidos estão membros da OTAN, como França, Reino Unido, Alemanha, Canadá e Japão. Embora os nomes completos não tenham sido revelados, sabe-se que o plano inclui:
🔹 Estabelecimento de uma força multinacional de paz 🔹 Criação de uma zona-tampão entre áreas russas e ucranianas 🔹 Monitoramento aéreo e marítimo por drones e satélites 🔹 Apoio à reconstrução militar da Ucrânia com equipamentos modernos 🔹 Treinamento de tropas ucranianas por forças aliadas
Segundo Zelensky, essa coalizão representa o primeiro passo concreto rumo à estabilidade regional. “Não serão poucos dígitos, mas milhares de soldados. Isso é um fato”, afirmou o presidente ucraniano. Outrossim, ele destacou que a Rússia continua rejeitando qualquer iniciativa de paz, o que reforça a necessidade de garantias robustas.
A resposta de Putin e o risco de escalada militar
Putin reagiu com firmeza ao anúncio da coalizão. Em sua fala no Fórum Econômico de Vladivostok, declarou que qualquer contingente militar estrangeiro na Ucrânia será tratado como alvo legítimo para destruição. Essa postura não é nova. Desde antes da invasão, o Kremlin já considerava inadmissível a presença da OTAN em Kiev.
Segundo o líder russo, a tentativa de atrair a Ucrânia para a aliança ocidental foi uma das causas fundamentais do conflito. “Se algumas tropas aparecerem lá, especialmente agora, durante operações militares, partimos do princípio de que serão alvos legítimos”, afirmou. A declaração foi recebida com preocupação por analistas militares, que alertam para o risco de confrontos diretos entre forças russas e tropas europeias.
Analogamente, Putin disse que, caso haja um acordo de paz real, não vê sentido na permanência dessas tropas em território ucraniano. Contudo, a ambiguidade da fala levanta dúvidas sobre a disposição russa em aceitar qualquer presença ocidental, mesmo em missões de paz.
Implicações estratégicas e o papel dos Estados Unidos
Embora Trump tenha afirmado que os Estados Unidos não enviarão tropas à Ucrânia, o país poderá liderar operações de vigilância e inteligência. Conforme reportagem da NBC, Washington considera assumir o comando de uma zona-tampão entre áreas russas e ucranianas. Essa atuação incluiria:
✔️ Monitoramento por satélites militares ✔️ Interceptação de comunicações estratégicas ✔️ Apoio aéreo com drones de longo alcance ✔️ Coordenação com aliados da OTAN para evitar incidentes
O presidente Trump também pressionou líderes europeus a interromperem a compra de petróleo russo, alegando que isso financia a máquina de guerra de Moscou. “A Europa deve parar de comprar petróleo russo, que está financiando a guerra”, disse uma autoridade da Casa Branca. A proposta inclui sanções econômicas mais duras e restrições ao comércio com países que apoiam a Rússia, como a China.

A posição da União Europeia e o futuro das sanções
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que está em andamento o 19º pacote de sanções contra Moscou. O projeto inclui:
🛑 Proibição gradual de importações de petróleo e gás russos até 2028 🛑 Congelamento de ativos de empresas ligadas ao Kremlin 🛑 Restrições à exportação de tecnologia militar e civil 🛑 Sanções a bancos e instituições financeiras russas
A Finlândia, por meio do presidente Alexander Stubb, confirmou que Trump sugeriu sanções mais agressivas sobre energia. “Devemos agir juntos na política de sanções e buscar maneiras de deter a máquina de guerra da Rússia por meios econômicos”, afirmou.
Zelensky e a resistência diplomática
Zelensky continua firme em sua posição de que a Rússia não demonstra boa vontade para negociações. A proposta de Putin para um encontro bilateral em Moscou foi rejeitada pelo líder ucraniano. “A ideia de minha ida a Moscou mostra que a Rússia não quer que o encontro aconteça”, declarou.
A cúpula realizada no Alasca entre Trump e Putin não trouxe avanços concretos. Embora tenha aberto a possibilidade de diálogo, membros do governo russo rapidamente esfriaram a iniciativa. Enquanto isso, a guerra segue sem previsão de cessar-fogo, e a presença de tropas estrangeiras no pós-guerra se torna um ponto de tensão crescente.

O dilema da presença militar estrangeira na Ucrânia
A presença de tropas europeias na Ucrânia levanta questões complexas. Por um lado, representa uma garantia de segurança contra futuras agressões russas. Por outro, pode ser interpretada como provocação, alimentando o discurso de Moscou sobre ameaças à sua soberania.
Especialistas em defesa apontam que a Rússia possui capacidade de ataque de longo alcance, incluindo mísseis hipersônicos e sistemas antiaéreos avançados. Assim, qualquer força internacional precisará operar com extrema cautela, evitando áreas sensíveis e mantendo canais diplomáticos abertos.
Além disso, a coordenação entre os 26 países será essencial para evitar falhas de comunicação e garantir que a missão de paz não se transforme em novo foco de conflito. A interoperabilidade entre forças armadas, o uso de protocolos comuns e o compartilhamento de inteligência serão determinantes para o sucesso da operação.
POR: G1
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