O lançamento da fragata Jerônimo de Albuquerque (F201), a segunda embarcação do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), é um marco significativo para a Marinha do Brasil. Em um contexto de crescente instabilidade geopolítica, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, destacou a importância de reforçar a defesa das riquezas naturais brasileiras e da soberania nacional. A proteção dos recursos estratégicos do país, especialmente aqueles localizados no mar, tornou-se um assunto de extrema relevância à medida que aumentam as tensões internacionais.
A crescente rivalidade global e a importância do poder naval
Em suas declarações, o almirante Olsen ressaltou que o Brasil, com suas imensas riquezas naturais, precisa afirmar sua presença e seu poder naval. Ele alertou para o “reordenamento” das esferas de influência no cenário internacional e o acirramento das rivalidades entre grandes potências. Nesse sentido, o Brasil deve agir com planejamento e coesão para garantir sua soberania e o uso responsável de seus recursos naturais.
Para o comandante da Marinha, o Brasil não pode subestimar o valor estratégico de suas riquezas naturais, particularmente aquelas localizadas no mar e nos rios que fazem parte de sua extensa zona econômica exclusiva (ZEE). Ele argumentou que essas riquezas não apenas têm um papel econômico central para o país, mas também são essenciais para a prosperidade nacional e para o fortalecimento da defesa.
O Brasil é um dos países mais ricos em termos de recursos naturais, incluindo petróleo, minerais e metais preciosos, muitos dos quais estão localizados no subsolo marinho. O acesso e controle dessas áreas são de vital importância para a segurança do país, o que exige um poder naval forte e preparado.

Espionagem e ameaças no mar: a fragata Jerônimo de Albuquerque como resposta
Em um episódio que chamou atenção no cenário internacional, em abril de 2023, a Marinha do Brasil expulsou um navio alemão que realizava pesquisas sem a devida autorização em águas brasileiras. O navio estava localizado nas proximidades da Elevação do Rio Grande, uma área rica em minerais estratégicos e outros recursos naturais de grande valor econômico. Esse incidente deixou claro que as águas brasileiras não estão imunes a interesses externos, muitos dos quais não são necessariamente legítimos.
O almirante Olsen enfatizou que a espionagem internacional é uma ameaça constante para o Brasil, pois muitos países têm interesse em explorar as vastas riquezas naturais localizadas na ZEE brasileira. A fragata Jerônimo de Albuquerque, com suas capacidades avançadas, é um passo importante para a proteção desses recursos e para a defesa das águas brasileiras contra ameaças externas.
O Programa Fragatas Classe Tamandaré e o fortalecimento da Marinha
O lançamento da fragata Jerônimo de Albuquerque faz parte do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), um projeto inovador para o Brasil. Este programa visa a construção de quatro fragatas de última geração para a Marinha, com o objetivo de modernizar a força naval brasileira e garantir que o Brasil esteja bem posicionado para defender seus interesses no mar. As fragatas do PFCT são equipadas com tecnologias avançadas, como sistemas de radar, armamentos sofisticados e sensores de última geração, permitindo um monitoramento eficiente de todo o território marítimo brasileiro.
A classe Tamandaré foi desenvolvida para atuar tanto na defesa das riquezas naturais do país quanto em operações de combate a ameaças externas, como atividades de pirataria e tráfico de drogas. O programa também visa capacitar a Marinha para operar em um cenário de guerra moderna, com uma força naval mais ágil, equipada e capaz de se adaptar rapidamente às mudanças geopolíticas.
O papel das riquezas naturais na segurança nacional
O Brasil é, sem dúvida, uma nação rica em recursos naturais. Sua vasta costa, com mais de 7.000 quilômetros, oferece acesso a imensos depósitos de petróleo, gás natural e minerais preciosos, além de uma abundância de biodiversidade marinha. Esses recursos são essenciais para o desenvolvimento econômico do país, mas também representam uma vulnerabilidade no atual cenário geopolítico. Com o aumento das tensões no comércio internacional e a competição por esses recursos, o Brasil precisa garantir que suas riquezas não sejam acessadas ou exploradas sem sua autorização.
Além disso, a preservação dessas riquezas também está diretamente ligada à segurança nacional. A Marinha do Brasil desempenha um papel fundamental na proteção das águas territoriais e na defesa da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que se estende por até 200 milhas náuticas a partir da costa do país. Este é um território onde o Brasil tem direitos exclusivos sobre os recursos marinhos, mas que também está sujeito à exploração e ao interesse de outros países, especialmente em tempos de incerteza política e econômica.

O Brasil e a necessidade de um poder naval forte
Para garantir a soberania sobre suas riquezas naturais, o Brasil precisa investir constantemente no fortalecimento de seu poder naval. As fragatas da classe Tamandaré são apenas uma parte dessa estratégia, mas elas têm um papel fundamental em garantir que o Brasil tenha uma presença significativa no mar e possa proteger seus recursos de forma eficaz.
O poder naval do Brasil precisa ser capaz de operar em diferentes frentes, desde a vigilância e patrulhamento das águas territoriais até a capacidade de dissuadir ou até mesmo responder a ameaças externas. Nesse contexto, a Jerônimo de Albuquerque representa mais do que uma simples embarcação; ela simboliza o compromisso do Brasil com sua segurança nacional, sua soberania e a defesa de suas riquezas naturais.
Principais pontos sobre a fragata Jerônimo de Albuquerque e o Programa Fragatas Classe Tamandaré:
- Fragatas de última geração: O PFCT visa a construção de embarcações equipadas com tecnologia de ponta.
- Fortalecimento da Marinha: O Brasil investe em sua força naval para garantir sua presença e soberania no mar.
- Proteção das riquezas naturais: As fragatas ajudam a proteger os recursos marinhos essenciais para a economia nacional.
- Capacidade de combate: As novas fragatas são projetadas para operações de defesa, combate e segurança no mar.
A fragata Jerônimo de Albuquerque é um exemplo claro de como o Brasil está se preparando para enfrentar os desafios do futuro, não apenas defendendo suas águas territoriais, mas também garantindo que o país continue sendo um ator importante na geopolítica internacional. A Marinha do Brasil desempenha um papel fundamental na proteção das riquezas naturais do país, e com projetos como o PFCT, ela se prepara para um futuro de maior segurança e soberania nacional.
POR: CNN
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