A comissão mista responsável pela análise da Medida Provisória (MP) 1.293/2025 se reúne na próxima terça-feira (8), às 14h30, para votar o relatório que propõe um reajuste de 9% nos soldos dos militares das Forças Armadas. A proposta, que visa recompor parte das perdas salariais acumuladas nos últimos anos, prevê um aumento escalonado, dividido em duas etapas: 4,5% em abril de 2025 e 4,5% em janeiro de 2026. A estimativa do impacto total nos cofres públicos é de R$ 8,3 bilhões ao longo dos dois anos.
A Proposta de Reajuste e o Impacto Orçamentário
O texto da MP, que está sendo analisado pela comissão mista, propõe um reajuste de 9% nos soldos das Forças Armadas, com a divisão do aumento em duas parcelas. O primeiro aumento de 4,5% será implementado em abril de 2025, seguido de outro reajuste de 4,5% em janeiro de 2026. Esse reajuste impactará diretamente o orçamento do governo, com um custo de R$ 3 bilhões no primeiro ano e R$ 5,3 bilhões no segundo ano.
A medida visa recompor as perdas salariais dos militares ao longo dos últimos anos, em um momento em que o governo busca fortalecer a carreira militar e assegurar a permanência de profissionais qualificados nas Forças Armadas. O governo também destaca que o reajuste beneficiará os pensionistas, proporcionando um alívio financeiro para essas famílias.
O Papel da Comissão Mista e a Análise da MP
A comissão mista, que é presidida pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e tem como vice-presidente o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), é responsável pela análise e votação da MP. O relatório que será votado na próxima terça-feira, 8 de julho, foi elaborado pelo deputado General Pazuello (PL-RJ), que também relatou a proposta que visa garantir o aumento salarial para os militares.
O objetivo do governo, segundo Pazuello, é corrigir as distorções salariais e garantir que os militares das Forças Armadas tenham uma remuneração mais condizente com a sua importância para a segurança nacional. Além disso, a proposta busca melhorar a atratividade da carreira militar, incentivando a permanência dos profissionais nas Forças Armadas e assegurando a continuidade de um quadro qualificado.
Até o momento, a proposta recebeu 23 emendas de parlamentares, que sugeriram alterações no texto original. A MP foi editada em 28 de março e teve sua vigência prorrogada em 27 de maio pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, por mais 60 dias. Isso significa que a análise da medida poderá ser concluída até agosto, antes que perca a sua validade.
Detalhamento dos Reajustes e os Novos Soldos
O reajuste de 9% nos soldos das Forças Armadas atingirá diferentes categorias de militares, desde os almirantes de esquadra e generais de Exército até os recrutas e soldados de menor graduação. O maior soldo previsto, destinado a almirantes de esquadra, generais de Exército e tenentes-brigadeiros do ar, passará de R$ 13.471 para R$ 14.077 em abril de 2025, e subirá para R$ 14.711 em janeiro de 2026.
Já as praças de menor graduação, como recrutas e soldados de segunda classe, terão o soldo reajustado de R$ 1.078 para R$ 1.127 no primeiro aumento e para R$ 1.177 no segundo. Esse aumento escalonado tem como objetivo beneficiar tanto os militares de alto escalão quanto as praças, garantindo um reajuste justo para todas as graduações.
A proposta também prevê ajustes para as demais graduações, com o objetivo de garantir uma estrutura salarial mais equitativa dentro das Forças Armadas, promovendo a valorização de todos os militares, independentemente de sua graduação.
A Importância do Reajuste para as Forças Armadas
A proposta de reajuste de 9% para os militares das Forças Armadas não se resume apenas a uma melhoria salarial. Ela também reflete um reconhecimento da importância das Forças Armadas para a segurança do país, em um momento de crescente complexidade nas questões geopolíticas e de defesa nacional. Além disso, o reajuste está sendo visto como uma medida para fortalecer a moral das tropas e para garantir que o Brasil continue a contar com uma força militar bem treinada e motivada.
Em um cenário onde as Forças Armadas desempenham um papel cada vez mais importante, tanto na segurança interna quanto na defesa nacional, a valorização salarial é uma forma de assegurar que o Brasil mantenha um quadro militar qualificado, capaz de enfrentar os desafios impostos pela atual conjuntura global.
Além disso, ao garantir um aumento salarial para os militares, o governo brasileiro busca melhorar as condições de trabalho e de vida para os militares, que frequentemente enfrentam desafios difíceis em suas missões, muitas vezes distantes de suas famílias e em condições adversas.

O Impacto da Medida nas Finanças Públicas
Embora a proposta de reajuste traga benefícios para os militares, ela também gera um impacto significativo nas finanças públicas. O aumento de R$ 8,3 bilhões ao longo dos dois anos é uma quantia considerável, que exigirá um planejamento orçamentário cuidadoso por parte do governo. A aprovação da MP pela comissão mista e, posteriormente, pelos Plenários da Câmara dos Deputados e do Senado será um passo crucial para garantir que os recursos necessários sejam alocados sem comprometer o equilíbrio fiscal do país.
O governo, no entanto, justifica o impacto orçamentário como necessário para garantir a manutenção da qualidade das Forças Armadas e o cumprimento das suas funções vitais para a segurança e defesa do Brasil. O reajuste também é visto como uma medida para atrair e reter talentos nas Forças Armadas, especialmente em um cenário global onde a concorrência por profissionais altamente qualificados na área de defesa é cada vez maior.