A Ucrânia ampliou sua estratégia de guerra de longo alcance com uma série de ataques coordenados contra a infraestrutura energética da Rússia. Utilizando drones e mísseis de precisão, Kiev tem como objetivo enfraquecer a máquina de guerra russa e desestabilizar o cotidiano da população. Os alvos principais incluem refinarias de petróleo, estações de bombeamento e trens de combustível. Conforme dados do serviço de inteligência ucraniano, os ataques já comprometeram mais de 10% da capacidade de refino da Rússia.
Ademais, os impactos econômicos são visíveis. Os preços da gasolina atingiram níveis recordes, mesmo após o governo russo banir as exportações para tentar conter a crise. A escassez de combustível se espalha por diversas regiões, incluindo a Crimeia anexada. Enquanto isso, a Ucrânia revela novos armamentos e intensifica sua ofensiva, buscando alterar o equilíbrio estratégico do conflito.
Refinarias sob ataque: impacto na logística e na economia russa
Primeiramente, os ataques ucranianos têm se concentrado em instalações críticas para o abastecimento interno da Rússia. Entre os alvos mais relevantes estão a refinaria Lukoil em Volgograd, a maior do sul do país, e a refinaria de Saratov. Ambas sofreram danos significativos, com incêndios que persistiram por dias. Segundo o comandante ucraniano Robert Brovdi, os drones atingiram pelo menos dez instalações energéticas só neste mês.
Aliás, a escolha dos alvos não é aleatória. O verão russo registra alta demanda por gasolina, especialmente entre motoristas e agricultores. Portanto, atingir refinarias nesse período gera pressão direta sobre o consumo interno. Conforme o serviço de inteligência da Ucrânia, as refinarias atingidas processam mais de 44 milhões de toneladas de produtos por ano.
📌 Instalações atingidas recentemente:
- Refinaria Lukoil (Volgograd)
- Refinaria de Saratov
- Estação de bombeamento em Rostov
- Terminal de combustível em Syzran
- Gasoduto Druzhba (rota para Hungria e Eslováquia)
Outrossim, os preços no atacado subiram quase 10% só neste mês, e cerca de 50% desde o início do ano. O governo russo tenta conter a alta com subsídios e restrições às exportações, mas analistas não esperam alívio imediato. Conforme Sergey Frolov, da NEFT Research, os preços devem continuar elevados por pelo menos mais um mês1.
Enquanto isso, o Kremlin atribui a escassez a “problemas logísticos”. Contudo, grupos pró-ucranianos como o Yellow Ribbon celebram os efeitos dos ataques, afirmando que “os drones estão fazendo um bom trabalho na economia russa”.

Estratégia militar ucraniana: drones, sabotagens e mísseis de longo alcance
Analogamente ao uso de mísseis em guerras convencionais, a Ucrânia tem apostado em drones como ferramenta de guerra assimétrica. Esses dispositivos permitem atingir alvos distantes com precisão, reduzindo riscos para os operadores. Conforme o exército ucraniano, os ataques de longo alcance causaram US$ 74 bilhões em danos neste ano, com quase 40% dos alvos localizados a mais de 500 km dentro da Rússia.
Inclusive, a Ucrânia revelou recentemente o míssil de cruzeiro Flamingo, produzido nacionalmente. O fabricante planeja produzir até 200 unidades por mês. Segundo o especialista Fabian Hoffman, o raio letal do Flamingo ultrapassa 38 metros, o que o torna eficaz contra estruturas frágeis como colunas de destilação.
🎯 Componentes da ofensiva ucraniana:
- Drones de reconhecimento e ataque
- Mísseis de cruzeiro de fabricação nacional
- Sabotagens em infraestrutura crítica
- Interdição de rotas logísticas e oleodutos
Conquanto os ataques não tenham paralisado completamente o abastecimento militar russo, que depende mais de diesel, os efeitos sobre a população são evidentes. Postos de gasolina enfrentam filas e falta de combustível em várias regiões. A inflação, já elevada, tende a se agravar com a interrupção das exportações e a escassez interna.
Sobretudo, os ataques ao gasoduto Druzhba geraram reações internacionais. Hungria e Eslováquia, que mantêm boas relações com Moscou, reclamaram à União Europeia. Segundo seus governos, os ataques prejudicam mais seus países do que a própria Rússia.

Reações internacionais e implicações geopolíticas
Enquanto a Ucrânia intensifica sua ofensiva, o cenário diplomático se torna mais complexo. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma nota escrita à mão ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, expressando irritação com a interrupção do fornecimento de petróleo. A intervenção americana mostra que os ataques ucranianos têm repercussões além do campo de batalha.
Anteriormente, a Ucrânia já havia atacado instalações em Syzran, Samara e Kursk. Em Kursk, um drone danificou um transformador auxiliar de uma usina nuclear, forçando a redução de 50% na capacidade operacional do reator número 3. Embora não tenha havido vazamento, o incidente gerou preocupações sobre segurança nuclear.
📣 Citação de especialista:
“A Ucrânia está tentando contrariar a narrativa de Moscou de que sua vitória é inevitável. Os ataques à energia são parte dessa estratégia.”
Ademais, empresas russas começaram a comprar petróleo de Belarus para suprir a demanda interna. A refinaria estatal Belneftekhim confirmou aumento no interesse por seus produtos. Essa movimentação indica que a Rússia enfrenta dificuldades reais para manter seu abastecimento.
Enquanto isso, a Ucrânia busca apoio ocidental para ampliar sua capacidade ofensiva. Os ataques demonstram que, mesmo sob pressão nas frentes de batalha, Kiev mantém capacidade de causar danos estratégicos profundos.
🛡️ Efeitos colaterais dos ataques:
- Interrupção de exportações russas
- Pressão sobre aliados de Moscou na UE
- Aumento da inflação interna na Rússia
- Reforço da narrativa ucraniana de resistência
Todavia, analistas não acreditam que milhares de postos russos fiquem sem combustível. Contudo, a crise atual pode levar à extensão do banimento de exportações até o outono, enquanto o Kremlin tenta estabilizar os preços e garantir o abastecimento.
POR: CNN