O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a elevar o tom contra a Ucrânia e os países da OTAN. Durante um encontro com o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, Putin confirmou que a Federação Russa iniciou a produção de seus mais recentes mísseis hipersônicos, denominados Oreshnik. Segundo o Kremlin, essas armas devem ser posicionadas em solo bielorrusso até o final deste ano, ampliando significativamente o alcance ofensivo do arsenal russo no Leste Europeu.
Ademais, o anúncio gerou reação imediata por parte da OTAN. Caças Eurofighter Typhoon da Alemanha foram deslocados para a base aérea de Minsk-Mazowiecki, na Polônia, com o objetivo de monitorar de perto as manobras russas nas imediações da fronteira.
Capacidade destrutiva e estratégica dos mísseis Oreshnik
Os mísseis hipersônicos russos Oreshnik representam um salto tecnológico na doutrina militar de Moscou. Conforme divulgado pela mídia estatal, essas armas podem atingir velocidades de até Mach 10 e transportar ogivas múltiplas, convencionais ou nucleares. Ainda segundo autoridades russas, seriam praticamente impossíveis de interceptar por sistemas antiaéreos existentes.
▶ Principais características do Oreshnik:
- Alcance entre 500 e 5.500 km
- Ogivas convencionais ou nucleares
- Capacidade de manobra em voo
- Tempo estimado de 11 minutos para atingir alvos na Polônia
- 17 minutos até a sede da OTAN em Bruxelas
Aliás, é importante ressaltar que essas informações ainda carecem de comprovação independente. Especialistas internacionais alertam que os dados podem estar sendo usados como ferramenta de propaganda pelo Kremlin.
A Bielorrússia como base avançada russa
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Bielorrússia tem desempenhado papel essencial para os interesses militares de Moscou. O presidente Lukashenko, aliado histórico de Putin, autorizou o uso do território bielorrusso para lançamentos de tropas e mísseis.
Anteriormente, em 2023, Putin assinou uma revisão da doutrina nuclear russa que inclui a Bielorrússia sob seu “guarda-chuva nuclear”. Essa mudança reduziu formalmente o limiar para o uso de armas nucleares táticas, o que preocupa diretamente a OTAN.
“As armas já estão em processo de instalação, e os locais foram definidos pelos militares”, afirmou Putin.
Enquanto isso, fontes diplomáticas europeias avaliam que a presença de armamentos russos em solo bielorrusso representa uma mudança significativa na segurança do continente.

Resposta ocidental: dissuasão e mobilização
Em resposta à escalada russa, a Alemanha enviou caças Eurofighter e cerca de 150 militares para reforçar a presença da OTAN na Polônia. Essa ação visa aumentar a vigilância do espaço aéreo e servir como um recado direto a Moscou: qualquer avanço será observado e respondido com prontidão.
Anteriormente, os EUA também haviam deslocado sistemas de defesa Patriot para a região, fortalecendo o cinturão de segurança aérea no flanco oriental da Europa.
Entenda os principais movimentos da OTAN:
🔹 Caças Eurofighter alemães patrulhando fronteiras 🔹 Sistemas antiaéreos Patriot instalados na Polônia 🔹 Treinamentos conjuntos entre EUA, Polônia e outros aliados 🔹 Monitoramento por satélites e aeronaves AWACS
Eventualmente, outros países podem reforçar essa estrutura conforme a situação evoluir.
Oreshnik e a guerra psicológica
Putin tem utilizado o mísseis hipersônicos não apenas como ferramenta militar, mas também como instrumento de pressão psicológica sobre o Ocidente. As declarações sobre a capacidade destrutiva dos Oreshniks são acompanhadas de ameaças veladas às bases da OTAN, criando um cenário de tensão constante.
Todavia, falhas recentes no lançamento dos mísseis, como a ocorrida no Cazaquistão, colocam dúvidas sobre a real eficácia do armamento. Analistas militares acreditam que, apesar do potencial, os mísseis ainda estão em fase de testes.

Mudanças na doutrina nuclear russa
A nova doutrina nuclear, assinada por Putin em 2024, permite o uso de armas nucleares em três situações:
- Em resposta a ataques nucleares ou com armas de destruição em massa
- Contra agressão armada que ameace a soberania da Rússia ou da Bielorrússia
- Quando outras opções convencionais forem insuficientes
Esse novo entendimento amplia o escopo de uso das armas nucleares táticas e coloca a região em alerta máximo. Similarmente, essa estratégia gera instabilidade diplomática e pressiona aliados da Ucrânia.
O futuro do confronto estratégico
Atualmente, o envio de mísseis Oreshnik à Bielorrússia reconfigura o tabuleiro geopolítico. O gesto de Putin é visto como uma resposta ao apoio ocidental à Ucrânia e à constante expansão da OTAN.
Portanto, resta às potências ocidentais manterem a vigilância e fortalecerem alianças. O equilíbrio entre dissuasão e diplomacia será essencial nos próximos meses.
tags: mísseis hipersônicos Rússia Bielorrússia Putin OTAN mísseis Oreshnik Eurofighter guerra na Ucrânia geopolítica militar
POR: EuroNews
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