Como Giselle Milano Nunes e Judite Mariano Silva da Costa quebraram barreiras na Força Naval do Brasil
O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil (MB) acaba de testemunhar uma conquista histórica: Giselle Milano Nunes e Judite Mariano Silva da Costa são as primeiras mulheres a serem promovidas ao posto de Suboficial do CFN. Essa realização simboliza não só o progresso na inclusão das mulheres nas forças armadas brasileiras, mas também a perseverança dessas mulheres, que durante anos enfrentaram desafios e preconceitos, se destacando com sua dedicação à carreira militar e à música.
Ambas, com 24 anos de serviço, têm em comum a paixão pela música e uma trajetória de superação. Elas integraram as bandas militares da Marinha, e mais do que isso, se tornaram referências dentro da instituição, desempenhando papéis cruciais, como a liderança de novas turmas de fuzileiros navais do segmento feminino e desafios dentro da força armada, sempre com um foco no fortalecimento da presença feminina no setor.
A História de Giselle Milano: Superação e Paixão pela Música
Giselle Milano Nunes, natural de Mar de Espanha (MG), iniciou sua trajetória como professora de música em uma escola rural, economizando para pagar suas aulas de oboé. Sem saber que sua paixão pela música a levaria a uma carreira militar, Milano, incentivada por seus pais, mergulhou no estudo do oboé após se encantar pelo solo de “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky.
Em 2000, a Marinha do Brasil abriu uma vaga para sargentos músicos, permitindo que mulheres se candidatassem, e Milano aproveitou a oportunidade. Ela se dedicou ao estudo, passando entre 10 e 12 horas por dia entre teoria musical e prática instrumental, com o apoio do pai, que a incentivou também em atividades físicas. Seu esforço foi recompensado, e em 2001, ela se formou na primeira turma de mulheres do CFN.
Como oboísta, Milano percorreu diversos palcos, incluindo apresentações com artistas renomados, como Lulu Santos e Nana Caymmi, sempre levando seu amor pela música e sua responsabilidade de servir ao país. No entanto, ela também se destacou no processo de formação de fuzileiros navais, contribuindo ativamente para o treinamento de soldados do segmento feminino. Ao longo de sua carreira, Milano se formou em oboé pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e se dedicou a dar novos passos dentro da Marinha.

A Trajetória de Judite Mariano: Do Sonho à Realização
A história de Judite Mariano Silva da Costa é igualmente impressionante. Diferente de Milano, Judite não possui antecedentes militares na família. Sua paixão pela música a levou a ingressar na Marinha em 2001, quando a instituição abriu portas para a inclusão de mulheres no concurso de sargentos músicos. Ela ingressou na mesma turma de Milano e, com o tempo, se destacou dentro do CFN, assumindo responsabilidades como comandante de pelotão feminino e embarcando em navios importantes da Marinha, como o Aeródromo Multipropósito Atlântico e o Garcia D’Ávila.
Judite também enfrentou desafios na carreira e, em 2024, teve a oportunidade de atuar como mestre interina da banda militar do CFN, o que ela considera um ponto de virada em sua carreira. Para Judite, a promoção a Suboficial representa mais do que uma conquista pessoal, mas sim um exemplo de que é possível quebrar barreiras e alcançar posições de destaque dentro de uma instituição tradicionalmente dominada por homens. Sua ascensão serve como fonte de inspiração para outras mulheres e um sinal claro de que o espaço para as mulheres nas forças armadas é real e crescente.

O Papel da Mulher no Corpo de Fuzileiros Navais
A promoção de Giselle Milano e Judite Mariano à graduação de Suboficial no Corpo de Fuzileiros Navais é um marco significativo na história da Marinha do Brasil. Desde a inclusão das primeiras mulheres na Marinha, em 1980, o CFN tem trabalhado arduamente para integrar mais mulheres nas suas fileiras, desafiando estigmas e buscando a igualdade de oportunidades.
Hoje, as mulheres desempenham papéis essenciais em todos os aspectos do trabalho do CFN, desde a formação de novos combatentes até a liderança em situações de combate e em atividades de manutenção da paz. Essa mudança reflete uma transformação mais ampla que está acontecendo nas forças armadas brasileiras, com a crescente inclusão de mulheres em posições de comando e em áreas que tradicionalmente foram dominadas por homens.
O Desafio da Inclusão Feminina nas Forças Armadas
Apesar dos avanços, o processo de inclusão das mulheres nas forças armadas ainda enfrenta desafios. A adaptação das unidades militares, os uniformes e a criação de políticas que promovam a igualdade de oportunidades são aspectos que ainda precisam ser melhorados. A estrutura das Forças Armadas continua evoluindo, mas muito ainda precisa ser feito para garantir que as mulheres tenham o mesmo reconhecimento e condições que seus colegas homens.
A Marinha do Brasil tem trabalhado ativamente para proporcionar um ambiente que acolha a diversidade de gênero, mas a presença feminina continua a ser um campo em expansão dentro da instituição. A promoção de figuras como Giselle Milano e Judite Mariano é uma prova do progresso alcançado até agora, mas também serve como um lembrete de que o caminho para a verdadeira igualdade de oportunidades nas forças armadas ainda precisa ser percorrido.

O Futuro da Mulher nas Forças Armadas Brasileiras
O futuro das mulheres nas forças armadas do Brasil parece promissor. A tendência é de que mais mulheres ingressarão nas fileiras militares nos próximos anos, acompanhando a evolução social e o crescente apoio à igualdade de gênero em diversas áreas. No entanto, a mudança cultural nas Forças Armadas será gradual, exigindo mais políticas públicas de incentivo à inclusão, treinamentos específicos e, principalmente, o fortalecimento da presença feminina em posições de comando.
As histórias de Giselle Milano e Judite Mariano demonstram que o talento, a dedicação e a paixão pelo serviço militar são qualidades que independem de gênero. Suas conquistas são uma inspiração para outras mulheres que desejam seguir a carreira nas forças armadas, e suas histórias são reflexos de uma mudança maior que está ocorrendo em várias instituições militares ao redor do mundo.
Hoje, o Corpo de Fuzileiros Navais é mais inclusivo, mais diversificado e mais preparado para lidar com os desafios do futuro, e a promoção dessas mulheres como Suboficiais é um símbolo de que a mudança está acontecendo. O trabalho delas dentro da Marinha não é apenas uma vitória pessoal, mas uma vitória para todas as mulheres que sonham em servir ao seu país de maneira igualitária e eficaz.
FONTE: Agência Marinha de Notícias
Acesse: https://www.agencia.marinha.mil.br/
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