O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou uma decisão importante para garantir a segurança da cúpula do Brics no Rio de Janeiro. O governo brasileiro autorizou o uso das Forças Armadas para atuar na segurança do evento internacional, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho. A medida foi formalizada por meio de um decreto presidencial, publicado em uma edição extra do Diário Oficial, nesta terça-feira (1º). O objetivo é garantir a ordem e a segurança durante a reunião dos líderes do bloco, composto por países de grande relevância no cenário mundial, como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Contexto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO)
A Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é um dispositivo legal que autoriza o emprego das Forças Armadas em situações onde há risco à ordem pública ou à segurança nacional. Neste caso, o GLO foi ativado para assegurar que a cúpula do Brics transcorra sem incidentes, dado o porte do evento e a presença de delegações internacionais de alto nível. O decreto presidencial não só autoriza a atuação das Forças Armadas, mas também define um perímetro de segurança detalhado no Rio de Janeiro, abrangendo pontos estratégicos da cidade.
A operação será coordenada entre as Forças Armadas e os órgãos de segurança pública federais e estaduais. Isso inclui o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, que trabalharão em conjunto para monitorar e proteger os locais de maior importância durante o evento. A decisão de usar o GLO foi tomada com base em uma análise da segurança do evento e com o objetivo de garantir a integridade de todos os participantes.
Detalhamento das Áreas de Operação Militar
A cúpula do Brics será realizada no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho, e as forças armadas terão um papel fundamental em proteger não apenas o local do evento, mas também os trajetos das delegações e os pontos de hospedagem. A ordem presidencial define claramente as áreas onde as Forças Armadas estarão atuando durante a operação GLO.
Os locais sob vigilância militar incluem o Museu de Arte Moderna, a Marina da Glória, o Monumento Estácio de Sá e o Hotel Fairmont Copacabana, que será o ponto de hospedagem de algumas delegações internacionais. Além disso, a segurança das rotas de transporte também será intensificada, especialmente os trajetos entre os hotéis das delegações, o MAM e o Aeroporto Internacional Tom Jobim. As vias mais movimentadas da cidade, como as Linhas Amarela e Vermelha, além das áreas da Zona Sul, também estarão sob vigilância das forças armadas.
O governo brasileiro tomou todas as medidas necessárias para garantir que o evento transcorra de maneira tranquila, sem a ocorrência de tumultos ou incidentes. A presença das Forças Armadas, com sua capacidade operacional e de controle, visa aumentar a sensação de segurança para os delegados e para a população local.

A Cúpula do Brics e a Participação das Forças Armadas
A cúpula do Brics deste ano será histórica, pois, além das questões políticas e econômicas que serão discutidas, haverá ausências significativas entre os líderes. Vladimir Putin, da Rússia, Xi Jinping, da China, e Abdel Fattah al-Sisi, do Egito, não estarão presentes no encontro no Rio de Janeiro. Apesar dessas ausências, o evento mantém grande importância, com representantes de vários países de peso internacional. A segurança reforçada com a ajuda das Forças Armadas é um reflexo da magnitude do evento, que exige medidas de segurança à altura de sua relevância.
A presidência rotativa do Brics, que está a cargo do Brasil neste ano, coloca o país em um papel central no cenário internacional. A segurança durante a cúpula é crucial, não apenas para a proteção dos delegados, mas também para garantir a estabilidade e a imagem positiva do Brasil perante os países membros do bloco e o resto do mundo.
O Papel das Forças Armadas na Segurança Nacional
O emprego das Forças Armadas em operações de GLO, como neste caso, destaca a importância de uma colaboração entre os diferentes níveis de governo — federal, estadual e municipal — para enfrentar desafios de segurança pública em eventos de grande porte. O uso das Forças Armadas em eventos de grande visibilidade como a cúpula do Brics reflete o papel essencial das forças de defesa na manutenção da ordem e da paz em situações que exigem um nível elevado de controle e vigilância.
Além da presença visível nas ruas, as Forças Armadas também atuarão nos bastidores, utilizando tecnologias de ponta para monitoramento e garantindo a comunicação e a coordenação entre os diferentes órgãos de segurança. Isso inclui a utilização de sistemas de inteligência, vigilância por satélite, além de patrulhas aéreas e terrestres para cobrir todos os pontos críticos da cidade durante o evento.
Implicações Políticas e Sociais
O uso das Forças Armadas em eventos de segurança pública tem sido um tema de debate no Brasil, com críticas e elogios vindos de diferentes setores da sociedade. Para alguns, a presença das Forças Armadas é vista como uma forma eficaz de garantir a ordem e evitar conflitos em situações de grande tensão. Para outros, a utilização do GLO pode ser vista como uma forma de militarização de questões que deveriam ser tratadas pelas polícias locais e estaduais.
No entanto, o uso das Forças Armadas em grandes eventos internacionais, como a cúpula do Brics, é uma prática comum em muitos países ao redor do mundo. O Brasil, com sua experiência em operações militares e seu aparato de segurança, tem as condições necessárias para garantir a segurança do evento e da cidade do Rio de Janeiro durante os dias da cúpula.
A participação das Forças Armadas na segurança da cúpula do Brics também reflete a confiança do governo brasileiro na capacidade de seus militares em lidar com situações complexas de segurança. Essa ação representa uma tentativa de manter o Brasil como um país estável e seguro para eventos de grande porte, ao mesmo tempo em que reforça a importância da colaboração entre diferentes esferas do governo para a gestão de segurança nacional.